terça-feira, 16 de junho de 2015

AMOR ETERNO




Numa aurora de Junho, ó Mamã, tu partiste
Em suave brisa, mas sem me dizeres adeus,
E eu por aqui fiquei solitário entre os meus
À espera duma prenda que ontem assumiste.

Recordas-te, mamã, da vontade que sentiste
De irmos colher ameixas, da cor dos olhos teus,
Ao veres a cerejeira subida até aos céus
Os seus rosados frutos logo preferiste?

- Vai, Nino, trepa àquele ramo qu´ está cheio
E corta duas ou três rocas mais maduras.
Mas, tem cuidado, não te metas em loucuras
E vai de pés descalços só até ao meio…

Eu lá subi, colhi e lancei-te pro avental
E tu sorriste ternamente: - Anda daí,
Vamos sentar-nos nas escadas do quintal…

Recordas-te, mamã, da saborosa merenda -
Cerejas e bom pão, que nunca mais comi - 
E da promessa que fizeste de uma prenda? 

Que era «amor eterno» e… saudades de ti!

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA


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