sexta-feira, 27 de julho de 2012

OLIMPISMO 2012


 
«Citius, Altius, Fortius»

                                                                       Homenagem aos
Atletas olímpicos

“Ir mais longe, chegar mais alto, ser mais forte”                
É esta a humana ética do Olimpismo,
Na qual o atleta anseia algum protagonismo
Conquistando seus louros, a fama e a Sorte.

Durante meses corre, sobe e alcança mais,
Num incessante rodopiar de concorrência,
Não vira o rosto, luta com toda a insistência
Negando desistir perante os seus rivais.

Como é sublime tudo aquilo qu’ acontece
Naquela hora em que faz jus ao galardão
Pensando estar no Olimpo a sua redenção…

Em cada prélio toda a alma se envaidece
No prazer da conquista qu’ engrandece a vida
Escrevendo uma história agora enriquecida!


Frassino Machado
In RODA VIVA

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terça-feira, 24 de julho de 2012

O ILUSTRE PROFESSOR


(J. Hermano Saraiva, 1919 - 2012)

Em homenagem a
José Hermano Saraiva

Com os olhos pregados na Tê Vê
Imenso auditório te admirava
E por entre as histórias qu´ escutava
Uma terna memória se antevê.

Tua mímica e gestos surpreendiam
Em certos pormenores ou porquês
E por entre emoções de lés-a-lés
Tuas palavras se repercutiam.

Na história e tradição tu foste mestre
P´la mente cultural dos ancestrais
Tornando-nos a alma pura e crente…

Sendo p´ra nós o Professor ilustre
                            Com as tuas lições bem magistrais
Deste um maior sentido à lusa gente!


Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

https://facebook.com/pages/tertulia-poetica-ao-encontro-de-bocage/129017903900018

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O SEMEADOR



                                                                                              Letra e Música:
                                                                                              Francisco de Assis

Partiu o semeador
A lançar sua semente,
No entanto esta semente
Demora a renascer:
Terra fértil sem fermento
Fruto não pode ter.

Semeador, semeador,
Volta a semear!

Partiu o semeador
A regar sua ceara,
No entanto esta seara
Demora a germinar:
Terra fértil sem frescura
Fruto não pode dar.

Partiu o semeador
A mondar o seu trigal,
No entanto este trigal
Demora a florir:
Terra fértil sem suor
Fruto não pode parir.
           
            Partiu o semeador
            A ceifar o seu espigal,
            No entanto este espigal
Demora a aloirar:
Terra fértil sem calor
Fruto não pode gerar.

Partiu o semeador
A guardar o cereal,
No entanto o cereal
Demora a joeirar:
Terra fértil sem verdade
Fruto não pode esperar.

Semeador, semeador,
Volta a semear!
 
                                               Frassino Machado
                                               In CANCIONEIRO

                                               N. B. - Ver o Site do autor:
                                               www.frassinomachado.net

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                                               www.opcaopoetica.blogspot.com

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

A FRANÇOIS VILLON



             Foto: François Villon (~1431-1463~)
             Pisanello (1395-1455)
             Fresco da Igreja de Santa Anastácia
             em Verona

A quantos vivos deixarei as rosas
colhidas pelos becos de Paris
em velhas aventuras amorosas?
Já fui quase enforcado por um triz.

Toadas tristes. No agitar dos ramos
dançavam cidadãos em carne e osso
danados de prelados e tiranos.
Assim os contemplava pesaroso.

Às coisas inda virgens consagradas
mostrei caminhos invoquei sentidos.
Palavras bibelots de tempos idos!

Rimei dois testamentos fiz baladas.
Cingi ao meu pescoço um laço lírico
mas só quando do mundo eu quis partir.


Abel da Cunha

VERSO LIVRE



          Foto: Giorgio de Chirico
           Incerteza do Poeta


Já não se escrevem rimas consoantes
e os metros não encontram que medir;
os cânones que eram dominantes
ficaram em volumes por abrir.

O verso é livre. Não se escande a vida
em longa ou breve. No virar do verso
ouvir o som do outro numa sílaba
não é do estilo. Tudo é diverso.

O ovo de Colombo deu um tombo
e alguém o foi de pronto levantar
abrindo a boca todos num assombro.

Mas tu, poeta, não irás parar
que a moda passa como passa a sombra
e outras modas podem esperar.


Abel da Cunha

AO LEITOR


                       
          Foto: Giorgio Vasary (1544)
           Retrato de Seis Poetas Toscanos


     É tua a Soledade e Outros Poemas
     que a vida foi trazendo à fantasia;
     com eles esqueci as minhas penas,
     que possam eles dar-te as alegrias.

     A forma e a substância são pequenas
     questões que as letras dão à teoria.
     Só a verdade conta. O resto apenas
     é cinza literária sem valia.

     Motivos simples cabem num Soneto.
     Tragédias e Comédias não prometo
     nem Épicas tormentas de mar alto.

     Pintei a Natureza e o Sentimento
     como os poetas do Renascimento.
     Que seja parecido o meu retrato.


     Abel da Cunha

     Site do autor :





ACADEMIA DOS ENCARTADOS

Ou a estória do Dr. Ovni,
No País das Maravilhas

   Ó Magnífico Reitor,
   Venho fazer req’ rimento
   De equivalência e valor
   Mesmo sem ter documento.

   Meu Curso não terminei,
   Por uma ou outra razão
   Nem sei bem se o comecei,
   Dê-me, pois, creditação.

   Tive grande empenhamento
   Nas tarefas que me deram
   Por vias do meu talento
   Té ministro me fizeram.

   Da Academia fiz uso
   Em algumas incursões
   Longe de mim o abuso
   De falsas habilitações…

   Inscrevi-me em frequências
   Por e-mails que mandei
   Acho que fiz diligências
   Mas nem sei s’ eu acertei.

   Ó Magnífico Reitor
   Dê-me uma carta qualquer,
   Bacharel, mestre, doutor,
   Venha à rede o que vier…

   Não quer dizer que aceite,
   O ser verdade ou não,
   Mas que me dá outro enfeite
   Não of’ rece discussão.

   Desde já, muito obrigado,
   Estes troquitos lh´ entrego
   É tão bom ser encartado
   E dá cá outro aconchego!

   Frassino Machado
   In GLOSAS & BANDARILHAS

   Sites do autor:  www.frassinomachado.net



terça-feira, 10 de julho de 2012

HAICAIS À MARTA - De partida para a América


 

Haicai 01

Donzela dotada
Não deixes acorrentar
Teu sonhar na madrugada


Haicai 02

Se queres libertar
Teu corpo das algemas
Fá-lo e não temas


Haicai 03

Para o amanhã florir
Há que caminhar
Amar e sorrir


Haicai 04

                              Entra o sol pela janela
                              Banindo o que é tristonho
                              Em todo o sonho                                            


Haicai 05

No Éden cresce a macieira
Um fruto para colher
Pela mulher!

*

Frassino Machado
In HAICAIS & POETRIX

Páginas do autor:

domingo, 8 de julho de 2012

NASCIDA PARA VENCER


Dulce Félix - Campeã europeia de 10000 m

Medalha de Ouro de Portugal

Com fibra de Campeã
Esta minhota mulher
Quer hoje, quer amanhã,
Tem tudo para vencer.

Tal como estrela a brilhar,
Melhor que Dulce não há,
Faz léguas sempre a somar
Com fibra de Campeã.

Dar às pernas é seu lema,
Nascida para vencer,
Tem vontade sem algema
Esta minhota mulher.

Lutou muito pela vida
Como qualquer cidadã
Na fama já tem guarida
Quer hoje, quer amanhã.

Dulce é a glória do Minho,
Asas no céu a bater,
Com mais este pergaminho
Tem tudo para vencer.

Como atleta de eleição,
Produto de Portugal,
Tem povo no coração
E bandeira credencial.

És filha desta Nação,
És chama que nos impeles,
Teu sorriso é galardão
E teu nome é Dulce Félix!

Frassino Machado
In RODA VIVA

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domingo, 1 de julho de 2012

O COMBÓIO DA SORTE


 
Dedicatória aos "heróis lusos" e ao meu amigo escritor
Miguel Real 

                                                                       Poética de  
Frassino Machado

Todo o sonho reverdece
Numa terra semeada
Pela sorte se engrandece
Quem caminha p´ra jornada.

Quem colhe é porque semeia,
Urge fazer distinção,
Com ventos e sobre a areia
Não há sorte sem senão…

No combóio da miragem
Com vendavais indomáveis
Parte a Sorte de viagem
Por veredas insondáveis.

Em cada esquina da vida
Passa o combóio da Sorte
Não se sabe da partida
Nem para que lado é o norte.

Cada pessoa tem dias
            Com muita desilusão
            Entre anseios e arrelias
            Haverá uma estação.

Na esperança que ele passe
Em qualquer vento ou maré
                        Só é feliz neste impasse
                        Quem usa a arma da fé.

Dizem que há bruxarias,
Azares de superstição,
Por essas falsas magias
Lutemos com a razão.

 Havendo alguma avaria
Com um pretexto falsário
Altere-se a ferrovia
Siga o combóio ao contrário.

Há paisagens de eleição
Sempre em primeira classe
Se o rumo não der feição
Mudemos o nosso “passe”.

O que se vê pelas janelas
Ao longo do andamento
São tristezas e mazelas
Caldeadas de sofrimento.

Às vezes não se vê nada
Por causa do nevoeiro
Toda a gente, desconfiada,
Quer mudar de timoneiro.

Quem anda buscando fora
Remédio para sua boca
Nunca sabe qual a hora
Do destino que lhe toca.

Não há terra sem espinho
Muito menos sem agoiro
Com muita luz no caminho
Encontrar-se-á o tesoiro.

Este tesoiro é estranho
E vive dentro de nós
Com saber e arreganho
Ergamos a nossa voz.

Será esse o horizonte,
Com ele não há desnorte,
Toda a estação será ponte
            Para o combóio da Sorte.
           
Buscar a Sorte é firmeza
                        Que vence toda a ilusão 
                        Quem tem Sorte tem riqueza
                        E tem chama no coração!

F I M

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA
  
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