quinta-feira, 27 de setembro de 2012

RÉPLICA A HELENA


     A Helena
     “Sem ser de Tróia”

Não sei a quem dedicas o poema
Tão cheio de erotismo e singeleza,
Bem forte de palavras com beleza,
Que descreve com garra o velho tema.

Há nele qualquer coisa de fatal
Que a todo o homem pode transtornar
Pois, mesmo que não queira, tem que dar
Perante tal mensagem o seu aval.

Helena, poeta Helena, é armadilha
Esta tua postura sem caução?
Se tal for como se há-de resistir?

Ressalvo em ti o belo e a maravilha,
Doutro modo não tenho coração
E um eros disponível p´ ra curtir!


Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA


















SENHORA DA MANHÃ


                     À memória de 
                                    Teixeira de Pascoaes

Senhora da manhã de mil encantos
Que do espargir da noite me reclamas
És entre todas a mais fiel das damas
Com tua doce voz e suaves cantos.

Senhora dos meus dias sacrossantos
Que do corpo libertas suas chamas,
Em claras madrugadas tu derramas
Perfumes deliciosos em meus prantos.

Vem minha Musa, minha luz sincera,
A este caminhante que te espera
Qual astro cristalino e cintilante.

Nas jornadas que a vida propicia
És o meu barco à vela de harmonia,
Minha paz e farol estimulante!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA




quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DEBATE SOBRE PARTILHA DE OPINIÕES - 01


Penso ser positivo assinalar a presente reflexão, resultante da publicação no Facebook de um texto poético que dá pelo título de «O argueiro e a trave», cujo comentário da Dra. Maria Luísa Adães, insigne cultivadora das nossas letras, abriu a porta a este debate.
Dra. Luísa Adães – “O mundo está em mudança e não tem rumo. O intelecto, neste momento, está em vias de extinção. Mas o intelecto também tem de mudar, pois se não mudar se perde cada vez mais. Quem não vê esta realidade vive no passado. Adaptemo-nos aos tempos e ajudemos com humildade a mudança, para que não seja tão trágica. Da poetisa”
Frassino – Pois é, doutora, se o intelecto está em vias de extinção, como diz, isso deve-se à “ditadura do trivial” que leva, como sabemos, ao consumismo e ao abandono da acção produtiva (vulgo criatividade). Entre os agentes corrosivos que promovem este status quo mental avulta obviamente a publicidade. Esta usa como estratégias pretensamente invencíveis a incultura e a desqualificação dos valores que, por sua vez obscurecem, como sabe, o intelecto, matando à partida as emoções que constituem em si mesmas o território genuíno da mente sã. É por isso mesmo que, numa atitude humilde como sublinha, se impõe a progressiva mudança de paradigmas de acção, tendentes à libertação da identidade própria da pessoa.
Quando António Damásio em Ao Encontro de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos (2004), refere que “as emoções ocorrem no teatro do corpo e os sentimentos ocorrem no teatro da mente” teremos aqui matéria-prima psicológica para podermos agir em conformidade, isto é, da ocorrência do fenómeno que nos compete consciencializar (sentir) há que “trepar à mente” e desbravar lá planos de conduta para que possamos iluminar e implementar toda a acção possível. Resultará, estou convicto, na desejada mudança e na sublimação da tragédia.
Viver no passado, quer dizer, ser conivente no conservadorismo balofo (salvaguardando as virtualidades e as prerrogativas que possa conter) terá como resultado a cegueira dos novos tempos, ou seja, as imagens de marca da história.
A atitude que sugere, com propriedade, como seja “a adaptabilidade aos tempos” é, todavia, a postura mais consentânea a tomar na complexidade do nosso mundo. Apenas acrescento que, para tal desiderato se impõe, nas previsíveis circunstâncias a bússola da Cultura. Cultura, sim, mas onde é que ela está?
Recordo aquele actor que, em pleno palco da aproximação da morte, gritou para a plateia: “foi você que pediu um naco de cultura?”.

Frassino Machado
In CAMINHOS DO MEU PENSAR
https://facebook.com/pages/tertulia-poetica-ao-encontro-de-bocage/129017903900018

terça-feira, 25 de setembro de 2012

DEBATES VIVOS DA ARTE POÉTICA



I – POESIA SEM ALGEMAS

A um Poeta/Escritor dos nossos dias que «agrilhoado às formas estéticas tradicionais», procura esgrimir seus argumentos com chavões esclerosados e despidos de medula sustentada.
Questão 1 – Refere convictamente o nosso ilustre “comentador” que a METRICIDADE/METRIFICAÇÃO, dando exemplos, é sagrada.
Resposta:
“Ó meu ilustre amigo, eu dar-lhe-ia uma resposta imediata. Todavia só lhe quero lembrar uma coisa: Na Poesia MODERNISTA E CONTEMPORÂNEA – Seculo XX e passagem para o Seculo XXI – há uma linha tremenda que separa o Classicismo do Século XVI do movimento literário referido. 
Teria que lhe lembrar as posições sábias e de madura clarividência que um Fernando Pessoa, um Jorge de Sena, um Teixeira de Pascoaes e, mais recentemente, Miguel Torga e Eugénio de Andrade, além de muitos outros (dispense-me de um rol fastidioso para quem lê...) que acerca desta "delicada" questão apenas sintetizam a ideia neste princípio: A ARTE POÉTICA JAMAIS SE DEVERÁ SEPARAR DO CARISMA NATURAL DA LINGUAGEM… (*)/01 – Saiba que, hoje em dia, a musicalidade da fala impera sobre as pretensas REGRAS da arte poética. Todas as infra-estruturas convencionais tendem a diluir-se na espontânea expressão da metalinguagem. Sugiro-lhe que leia, sobre este mesmo tema, o parecer insuspeito de Eduardo Lourenço. Depois desse exercício, após consulta pragmática, diga-me algo que lhe pareça elucidativo. (*)/02  
Não querendo incendiar uma polémica que desde há muito está ultrapassada, apenas lhe recordo o que dizem certos LIVROS SAGRADOS (chineses e não só…) : «se não quiseres sentir uma trave sobre o teu olhar, não repares nos argueiros que vês em frente a ti».
Desculpe, se for caso disso, a minha franqueza, ok?
Questão 2 – “Que o amigo é uma pessoa muito erudita, eu já sabia. Que o ostenta (sustenta?), também sabia. Mas eu fico-me pelas regras que aprendi. Nem Miguel Torga, citado por si, se atreveria a fazer uso dessas misturas. Abraço”. 
Ora aí está, caríssimo amigo e confrade poeta, respondeu-me que “fico-me pelas regras que aprendi”.
Ai dos discípulos que se ficam apenas pela velha cartilha magistral.
Devido àquele evento personalizado que a estória consagrou como o «drama prometaico» da cultura e da arte ocidentais, eis a tragédia poética hodierna que inferna a literatura vulgar. 
Não, amigo, nos tempos que decorrem (não sei se tem estado atento?) a Poesia sobrevive ainda – e sobrevirá acreditamos todos – pelas suas mais diversas relações interlinguísticas, quiçá metalinguísticas (*)/03, tendo em vista as prerrogativas mais singelas e comuns: a liberdade de expressão, a naturalidade, a musicalidade, o ritmo e, acima de tudo, a genuinidade
Todas as prerrogativas que referi, além de outras variantes assumidas por uns e outros escritores, constituem de momento as derivas insondáveis de que a Poesia Contemporânea faz alarde e testemunho. 
Chame-se-lhe de vanguardista, pioneira ou simplesmente pós-modernista – como soe dizer-se nos Fóruns Poéticos mais correntes, a Poesia é isso mesmo. Se assim não for ela continuará, num famigerado e interminável marasmo, cujo objectivo se limitará apenas, e só, a um mero condimento de escaparates sensaboristas – passe o neologismo – para consumidor ver. É por esta razão e, sem nenhum preconceito, que ela tem de ser, com honestidade, uma poética desmistificada.
Como rezam as estatísticas de hoje a Poesia é, de facto, o estilo literário que menos se lê. Portanto, há que a despir dos entraves que alguns “palavreiros especialistas” continuam a fomentar.   
Olhe que, eu próprio, confesso por vezes me perco um pouco neste contra-senso e neste labirinto da arte contemporânea, fazendo suspeitar que a Poesia é uma arte menor. Ademais o que se passa com a Poesia também acontece de igual modo noutras manifestações do estro humano.
Na pragmática aqui enunciada não quero deixar de, frontalmente, protestar o meu desacordo quando diz, sub-repticiamente, que farei uso de “certas misturas”, o que nem Torga ousaria. Cá está, desculpe, mais um contra-senso às escâncaras. Visite este autor pacientemente e reflicta na imprecisão que utilizou. Eu habituei-me, frequentemente, a perguntar aos meus interlocutores: “em que filme estaria António Damásio quando ousou afirmar que Descartes errou?”. Sabe o que está a acontecer? De proscrito e cientificamente marginal, no terceiro quartel da centúria anterior, é no virar do nosso século reconhecido e incensado como herói de todos os Fóruns culturais.
Questão 3 – “O amigo é uma pessoa muito erudita, eu já sabia. Que o ostenta (sustenta?), também sabia” (o parentese é da minha responsabilidade). 
Como não há duas sem três, tal como reza a tradição, não posso deixar passar esta constatação por si sublinhada. Olhe, meu amigo, por um lado fico-lhe reconhecido pela distinção em que me tem.
Tenho pautado o meu percurso académico por uma atitude humilde de valorização pessoal (não sonhando alto!) e sempre orientei o meu ministério pedagógico nesse sentido. E garanto-lhe que tenho tido o prazer de uma realização no mínimo satisfatória. Claro que não vergo nas minhas convicções, pois que, como sempre diz um conhecido pensador das lides intelectuais “nós humanos podemos chegar muito mais além do que a nossa imaginação alcança”. E eu, como deve calcular, também acredito nesta crença indestrutível fazendo dela uma autêntica profissão de fé.
Por outro lado, tenho a lamentar a sua afirmação de que eu uso de ostentação (se é isso o que queria dizer) para fazer crer na veracidade dos meus talentos… Creia-me que nunca, mas nunca, tive essa endémica tentação. Mas que há pessoas que usam e abusam deste vício, isso há! E se, por vezes, gosto de divulgar as minhas opiniões/criações trata-se tão só e apenas de paixão em partilhar e testemunhar um património que, longe de uma postura egoísta balofa, pode e deve contribuir para a valorização da Cultura comum. Acha que isto é ostentação? Por mim não o sinto nem o creio.
Concluindo, acho que se deve ter a coragem afirmativa de tentar, de acordo com as tendências circunstancialistas – não é neologismo (*)/04 – literárias deixar que a Poesia voe com as suas próprias asas, assumindo-se como perenes as prerrogativas aqui destacadas que por demais estão em curso na actualidade.
Convém entretanto recordar que, sendo nós herdeiros sem peias da cultura romanizada, não devemos menosprezar a lídima sentença que sempre tem servido de guião às mentes iluminadas e criativas: virtus in médium est!
Creia-me seu cordial e honesto amigo, o poeta
Frassino Machado
(*) NOTAS

ELUCIDATIVA ACTUAL DA POÉTICA LUSA
ACERCA DE METRIFICAÇÃO

01 – «Regra geral para metrificar»
“Para fazer a contagem silábica, recite os versos em VOZ ALTA, com naturalidade, sem escandir.  A escansão, ou seja,  a pronúncia sílaba  a sílaba das palavras de uma frase é artificial dentro da fala e, portanto, mascara sua contagem silábica fónica. Lembre-se: A escansão é inimiga da metrificação”.
            (Dr. Prof. Adelino Pereira, mestre de Literatura Portuguesa)

“”  “”
02 – Eduardo Lourenço, Tempo e Poesia, 1974
       Eduardo Lourenço, Poesia e Metafísica, 2002

“”  “”
03 – METALINGUÍSTICA (técnica de comunicação)

É a função que ocorre quando o destaque é dado a uma expressão codificada. Numa situação em que um linguista/escritor define a linguagem corrente, observa-se que, para explicitar um termo de código, ele usou o próprio código, ou seja, definiu 'língua' usando a própria língua.
Neste contexto também ocorre metalinguagem quando o poeta, num texto qualquer, discursa sobre a criação poética.

“”  “”
04 – “CIRCUNSTANCIALISMO” , doutrina universal, no mundo das Letras, mais em voga no nosso tempo.

“”  “”
 05 – Para que conste, anexo a este “Ensaio” dois poemas: um de Teixeira de Pascoaes e outro de Miguel Torga, muito elucidativos, esperando que obviamente os não critique.


“”  “”
  
II –  CONTRIBUTO POÉTICO ANTOLÓGICO

01 – FERNANDO PESSOA 

SINO DA MINHA ALDEIA

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa
In ANTOLOGIA PÓS-SIMBOLISTA


02 – JORGE DE SENA

NASCEU-TE UM FILHO

                 À Maria Isabel no nascimento
                 Do seu primeiro filho

Nasceu-te um filho. Não conhecerás,
Jamais, a extrema solidão da vida.                                        
Se a não chegaste a conhecer, se a vida
Ta não mostrou – já não conhecerás

A dor terrível de a saber escondida
Até no puro amor. E esquecerás,
Se alguma vez adivinhaste a paz
Traiçoeira de estar só, a pressentida,

Leve e distante imagem que ilumina
Uma paisagem mais distante ainda.
Já nenhum astro te será fatal!

E quando a Sorte julgue que domina,
Ou mesmo a Morte, se a alegria finda –
Ri-te de ambas, que um filho é imortal.

Jorge de Sena
In VISÃO PERPÉTUA
  
03 – TEIXEIRA DE PASCOAES

À MINHA MUSA

Senhora da manhã vitoriosa
E também do crepúsculo vencido.
Ó senhora da noite misteriosa,
Por quem ando, nas trevas, confundido.

Perfil de luz! Imagem religiosa!
Ó dor e amor! Ó sol e luar dorido!
Corpo, que é alma escrava e dolorosa,
Alma, que é corpo livre e redimido.

Mulher perfeita em sonho e realidade.
Aparição Divina da Saudade...
Ó Eva, toda em flor e deslumbrada!

Casamento da lágrima e do riso;
O céu e a terra, o inferno e o paraíso,
Beijo rezado e oração beijada.

Teixeira de Pascoaes
In SENHORA DA NOITE


04 – MIGUEL TORGA

AR LIVRE

Ar livre que não respiro!
Ou são pela asfixia?
Miséria de cobardia
Que não arromba a janela
Da sala onde a fantasia
Estiola e fica amarela.

Ar livre, digo-vos eu!
Ou estamos nalgum museu
De manequins de cartão?
Abaixo! E ninguém se importe!
Antes o caos que a morte…
De par em par, pois então?!

Ar livre! Correntes de ar
Por toda a casa empestada!
(Vendavais na terra inteira,
A própria dor arejada,
- E nós nesta borralheira
De estufa calafetada!).

Ar livre! Que ninguém canta
Com a corda na garganta,
Tolhido da inspiração!
Ar livre, como se tem
Fora do ventre da mãe,
Desligado do cordão!

Ar livre, sem restrições!
Ou há pulmões,
Ou não há!
Fechem as outras riquezas,
Mas tenham fartas as mesas
Do AR que a vida nos dá!

Miguel Torga
In CÂNTICO DO HOMEM

05 – EUGÉNIO DE ANDRADE

            DESPERTAR

É um pássaro é uma rosa,
É o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
Tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
Canto na ave, água no mar.

Eugénio de Andrade
In ANTOLOGIA BREVE

Nota: imensos são os testemunhos e os autores, mesmo clássicos, que podem justificar o articulado defendido neste Ensaio. 
Frassino Machado

sábado, 22 de setembro de 2012

A UM AMIGO QUE ME COMPAROU A CAMÕES



(Após ler o verso “ Havendo que morrer, que seja devagar”
Disse… por mim, morreria depressa!)

Não, não morra depressa
Seja assaz comedido
Sua vida atravessa
Um ideal mais crescido.

Passe com calma a ponte
E não perca a razão
Beba a água da fonte
Que sai do coração.

Aqui, se isto é soneto,
Tem pouco de Camões
Sinto-me mais discreto
E com menos galões.

Camões, um só apenas,
Vamos todos convir
Com letras tão pequenas
Só nos resta sorrir …

Está farto de nevoeiro?
E o luso cidadão?
Não queira ser caseiro
Antes, Dom Sebastião!

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

NOVAS LUZES, NOVO MUNDO

DENIS DIDEROT (1713 - 1784)
                                          À memória de Diderot,
                                                                       Pioneiro da “Global Comunicação”

     Por entre labirintos em convulsão
     Talhaste uma janela escancarada
     Por onde entrou a luz abençoada
     Qu´ ao mundo abriu as portas da razão.

     Da negra noite abriste o alçapão
     Donde emergiu a alma agrilhoada
     Que, brilhando na luz da madrugada,
     Testou na raça humana a redenção.

     Sumindo na demanda, a voz das trevas
     Deixando a sapiência magistral,
     Legou-nos um fermento e um bem jucundo…

     Ó Mestre, que pela Arte nos enlevas,
     Cria em nós uma áurea natural,
     Que gere para sempre um novo mundo.

     ………….

     E o ancestral saber de pacotilha
     Que não volte p’ ra nós a ser fatal
     Antes, porém, gloriosa maravilha!

     Frassino Machado
     In RODA VIVA

     https://facebook.com/pages/tertulia-poetica-ao-encontro-de-bocage/129017903900018

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PAREM, PAREM, É ALCÁCER!


        

Eis-nos perante uma tal crise acentuada
Que lá de fora aqui aprofundou raiz,
Num triste drama, para tolher este país,
Em negra noite que secou a madrugada.

Confiaremos agora no senhor da espada,
Quando ele nos quebrou a crista e a cerviz?
Não há remédio que nos cure a cicatriz
E todo o povo grita mas não leva a nada…

Com insensíveis leis e duras emoções
Como se poderão salvar os corações
S´ o nevoeiro não permite o sol brilhar?

Ai, Alcácer Quibir da colectiva dor,
Se a luta se agravar deste mal a pior
Havendo que morrer, que seja devagar!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA