quarta-feira, 22 de julho de 2015

O CARISMA DE FRANCISCO



                       














“Ao Papa Francisco”


Francisco, o irmão afável de todos os irmãos,
O irmão sensível com todos aqueles que sofrem,
O irmão de todos os que na vida se consomem
E daqueles que nas agruras se sentem vãos.

Francisco, o irmão dos pobres sejam ou não cristãos,
O irmão sorriso com todos aqueles que não dormem,
O irmão de todos os que à míngua nunca comem
E daqueles que sempre teimam em não dar as mãos… 

Francisco, o irmão de todos os que não têm tecto,
O irmão de todos os que vegetam sem afecto
E de todos os que na paz lutam contra a guerra.

Francisco, o irmão de todos os que não têm trabalho,
O irmão de todos os que não sabem o qu´ é agasalho
E de todos aqueles que nunca tiveram terra.

Eia, Francisco irmão, todo o mundo te deseja
Não temas nunca, não, aqueles que te têm inveja
E intentam colocar teu rebanho em tresmalho!


Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA


NO REINO DE LEVIATÃ





























Sem distinção entre quantidade e qualidade,
Sem distinção entre o qu´ é bem e o qu´ é mal,
Sem distinção entre o qu´ é ficção e o qu´ é real,
Está desta maneira a imberbe Humanidade.

Sem diferença entre as trevas e a claridade,
Sem diferença entre o qu´ é correcto ou marginal,
Sem diferença entre o qu´ é livre ou radical,
Está nesta contingência a humana Identidade.

Sem ponderar entre haver ordem ou anarquia,
Sem ponderar entre o qu´ é lei e o qu´ é sorte,
Sem ponderar entre o qu´ é vida e o qu´ é morte,
Está nesta engrenagem a humana fantasia.

Onde está a razão dos princípios e valores
Que a inteligência humana de longe arquitectou,
E onde estão os direitos qu´ a alma consagrou
Na dimensão da Arte e dos dignos criadores?

No reino de Leviatã, dos abutres e chacais,
Que enredam e devoram sempre e sempre mais!


Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA


DA DEUSA EUROPA À GRÉCIA




                           “O Labirinto de Berlim”


Afinal Zeus não era assim tão persuasivo
E a bela Europa acabou por se enamorar
Da triste Hélada enfraquecida e a chorar 
Naquele selvático labirinto vingativo…

O gesto de “Teseu” tornou-se decisivo,
P ´ro tributo de Hélada se transfigurar
E a esp´ rança para Atena voltou abrilhantar
Um horizonte lógico, amplo e objectivo.

Foi de Zeus a paixão por Europa divinal
Que, ao vencer o Minotauro, o ínclito Teseu
Cortou o nó de górdio soltando o Prometeu
Que no banquete lauto fora manancial.

Ao contornar o labirinto envinagrado
A diva Europa e Atena voltaram ao festim,
Num debate bem aberto, que é mesmo assim,
Restando conhecer se foi Minos liquidado…

E se houver de faltar a justa prevenção
Que este combate sirva a todos de lição!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA

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