Acerca
do papel da Poesia
1
– Ser ou não ser uma Glosa,
Com
muita ou pouca rima
Que
possa ter preciosa,
Já
conquistou a estima.
Mesmo
que alguém a deprima
Não
deixa por mãos alheias
Ir
a todas as aldeias
Levar
como concordata
A
tarefa imediata
De
mexer com as ideias.
2
– Ser ou não ser um Soneto,
Com
ou sem estilo clássico,
Fechando
ou não com terceto,
Vem
dos idos do jurássico.
Mesmo,
por motivo prático,
Ele
não sendo ciumento
Torna-se
em cada momento
Um
éden de emoções
Que
arrebata corações
E
é porto de sofrimento.
3
– Ser ou não ser uma Ode,
Com
este ou aquele formato
Que
explica como pode,
É
um assunto caricato.
Mas
para eu não ser chato
Afirmo
esta convicção
De
que a sublime questão
Que
enriquece a poesia
É
assumir primazia
Nos
poetas de eleição.
4
– Quadra popular ou não
Ou
um dístico perdido
Fica
sempre a tradição
De
poesia com sentido.
Já
agora, por divertido,
Em
vista deste epigrama,
Não
façamos nenhum drama:
A
Poesia é natural
Se
for circunstancial
Em
todo e qualquer programa.
5
– Há outras formas por certo
De
bons poemas escrever
Mas
fica isto discreto
P´
ra quem ofício tiver.
Toda
a Arte que aprouver,
Para
além da qualidade,
Uma
alma de liberdade
E
um carisma há-de sentir.
Mora
aqui neste cantar
Aquela
luz a brilhar
Que
pode um dia florir!
Frassino
Machado
In
RODA-VIVA
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