sábado, 13 de abril de 2013

AOS POETAS CONTEMPORÂNEOS



                                               Acerca do papel da Poesia

1 – Ser ou não ser uma Glosa,
Com muita ou pouca rima
Que possa ter preciosa,
Já conquistou a estima.
Mesmo que alguém a deprima
Não deixa por mãos alheias
Ir a todas as aldeias
Levar como concordata
A tarefa imediata
De mexer com as ideias.

2 – Ser ou não ser um Soneto,
Com ou sem estilo clássico,
Fechando ou não com terceto,
Vem dos idos do jurássico.
Mesmo, por motivo prático,
Ele não sendo ciumento
Torna-se em cada momento
Um éden de emoções
Que arrebata corações
E é porto de sofrimento.

3 – Ser ou não ser uma Ode,
Com este ou aquele formato
Que explica como pode,
É um assunto caricato.
Mas para eu não ser chato
Afirmo esta convicção
De que a sublime questão
Que enriquece a poesia
É assumir primazia
Nos poetas de eleição.

4 – Quadra popular ou não
Ou um dístico perdido
Fica sempre a tradição
De poesia com sentido.
Já agora, por divertido,
Em vista deste epigrama,
Não façamos nenhum drama:
A Poesia é natural
Se for circunstancial
Em todo e qualquer programa.

5 – Há outras formas por certo
De bons poemas escrever
Mas fica isto discreto
P´ ra quem ofício tiver.
Toda a Arte que aprouver,
Para além da qualidade,
Uma alma de liberdade
E um carisma há-de sentir.
Mora aqui neste cantar
Aquela luz a brilhar
Que pode um dia florir!

Frassino Machado
In RODA-VIVA

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