Numa aurora de Junho, ó
Mamã, tu partiste
Em suave brisa, mas sem
me dizeres adeus,
E eu por aqui fiquei
solitário entre os meus
À espera duma prenda
que ontem assumiste.
Recordas-te, mamã, da
vontade que sentiste
De irmos colher
ameixas, da cor dos olhos teus,
Ao veres a cerejeira
subida até aos céus
Os seus rosados frutos
logo preferiste?
- Vai, Nino, trepa
àquele ramo qu´ está cheio
E corta duas ou três
rocas mais maduras.
Mas, tem cuidado, não
te metas em loucuras
E vai de pés descalços
só até ao meio…
Eu lá subi, colhi e
lancei-te pro avental
E tu sorriste
ternamente: - Anda daí,
Vamos sentar-nos nas
escadas do quintal…
Recordas-te, mamã, da
saborosa merenda -
Cerejas e bom pão, que
nunca mais comi -
E da promessa que
fizeste de uma prenda?
Que era «amor eterno»
e… saudades de ti!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA
www.opcaopoetica.blogspot.com
http://facebook.com/frassinom
Sem comentários:
Enviar um comentário