terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

LEITOR EQUIVOCADO


                                  “Réplica a um certo leitor”

“Ó Praxe, bendita Praxe,
Praxe da minha paixão
És para mim um relaxe
Dona do meu coração!”

Esta quadra que versejei
E só depois desenvolvi
A um leitor, pelo que sei,
A sua mente surpreendi.

Fez-se um leitor equivocado
Fazendo grande confusão
Entendeu conteúdo errado
E deu-lhe outra interpretação.

Esta trova que eu compus
Nada tem de reaccionária
É um poema cheio de luz
Acerca da praxe usuária.

Não há conteúdo a esconder
E muito menos embrulhado
Mas há um fenómeno a reter:
Há sempre quem leia apressado.

Onde é que está a nostalgia
Que o mesmo leitor suspeitou?
Quem é que não tem alergia
Ao velho tempo que passou?

O tema é muito delicado,
De uma humana sensibilidade,
Mas nunca estará mascarado
Pois é uma pura realidade!

Há quem no olho do vizinho
Veja sempre mísero argueiro
E põe a vida em desalinho
Com miopia de fraco olheiro!

Frassino Machado
In ODIRONIAS


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