Filinto Elísio (1734-1819)
A BOCAGE
Lendo os teus versos, numeroso Elmano,
E o não-vulgar conceito e a feliz frase,
Disse entre mim: "Depõe, Filinto, a lira,
Já velha, já cansada;
Que este mancebo vem tomar-te os louros
Ganhados com teu canto na áurea quadra
Em que ao bom Córidon, a Elpino, a Alfeno
Aplaudia Ulisseia."
Rouca hoje e sem alento a minha Clio
Não troa sons altivos, arrojados:
Vai pedestre soltando em frouxo metro
Desleixadas cantigas.
Desceu Apolo e o coro das Donzelas
À morada de Elmano; e esse que, outrora,
Canto nos dava nome, o pôs na boca
De novo amado cisne.
Filinto Elíseo
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