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Moisés apresenta as Tábuas da Lei |
I REVOLTA
No cimo da montanha ardia a sarça
e as nuvens prosseguiam cor de fogo
desenhando setas a mostrar ao povo
que só um deus o seu destino marca.
Deu-lhes Moisés as tábuas contra o ouro
moldado no bezerro da desgraça.
- O céu é longe! A gente vai com pressa
de achar uma outra lei num pais novo.
Então Moisés quebrou no chão as tábuas.
Por trás o mar vermelho tinha as águas
fechando o desespero e o deserto.
Meteram numa Arca a Lei partida
entrando assim na terra prometida
que o leite e o mel jorravam muito perto.
II LAPIDAÇÃO
O Mestre escrevia a sentença
na terra com palavras de clemência
diante da mulher já condenada.
O povo tinha as mãos cheias de pedras
os olhos cegos de profundas trevas
querendo a morte ao vivo encenada.
A força da sentença era um mistério
da cor do pó erguido contra o vento.
Frustrado o povo afastou-se sério
dobrando e desdobrando o pensamento.
Rasgaram longas vestes no Sinédrio
clamaram pela Tora à dura porta:
que a morte tinha um nome era de pedra
que a vida essa teria de ser morta.
Abel da Cunha
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