domingo, 15 de março de 2015

TRIBUNA DOS POETAS



No mais alto desta Tribuna
Nova Poética me acalenta
Numa colheita de fortuna
Que a todo o amante sustenta.

Abri caminhos e veredas
Pelos campos assoreados
Rasguei horizontes e trevas
Com meus poemas laureados.

Fiz jangadas pra navegar
Arrostei perigos sem fim
Não tive medo de naufragar
Pelo menos dentro de mim.

Imensas marés confrontei
Contra piratas e corsários
Com a minha energia enfrentei
Os ventos agrestes contrários.

Se apenas um verso incomoda
Quando é escrito com emoção
Milhares de versos serão boda
Para uma estranha indigestão.

Nunca fui Virgílio ou Camões
E nunca fiz sombra a Bocage
Não pretenderei dar lições
Mas ser uma Arte que interage.

Nem a Pessoa, nem a Sena,
Meu estro singelo comparo
Cada poeta co´ a própria pena
Traçará seu arco bem claro.

Farei Tribuna, farei ponte,
Com a minha voz audaciosa
Não aceito quem m´ amedronte
Por uma vil saga engenhosa.

Meus versos serão sementeira
Num louco sonho de maravilha
Quero cantar a vida inteira
E com todos fazer partilha.

Com minha pena e minha lira
Sinto que a alma se incendeia
Nesta tarefa que transpira
Por toda a luz que me rodeia.

Ó poeta, tu que és meu irmão
E sentes a mesma coragem,
Não me faltes co´ a tua mão
E parte comigo em Viagem!


Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA


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