segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

SERENATA



Uma guitarra antiga nos penedos
Tangida por Virgílio ou por Horácio
Em ritmo de balada. Ágeis dedos
A repicar nas doze cordas de aço.

Cantavam como Hilários! Arremedos
Em tom bemol com um vibrato lasso
Até que a Aurora viesse manhã cedo
Render a lua branca no espaço.

Os trovador’s chegavam da Lamela
Dos Gémeos do Brasil de Bugalhós
Da Bouça Riba d’Ave…  A sua voz

Batia suavemente nas janelas.
E a porta já sem trinco ou fechadura
Abria-se à saudade e à ternura.


Abel da Cunha

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