terça-feira, 30 de outubro de 2012

BALADA DO POBRE


                                                 À memória de
                                           Adriano

Sou pobre abandonado
Nas terras de Portugal
Meu tesouro vai guardado
No forro do meu bornal.

Meus sentidos se perderam
Em ventos de tempestade
E os sonhos desvaneceram
Em suspiros de saudade…

Ó sortes do meu passado,
Nas curvas do mendigar,
Fazei-me regenerado
Para ao sonho regressar!

Sou pobre escravizado
Nas teias do meu país
E o futuro hipotecado   
Não tem húmus nem raiz.

A vida sem horizontes
Não me traz felicidade
Do alto daqueles montes
Quero ver a liberdade…

Ó sortes do meu passado,
Nas curvas do mendigar,
Fazei-me regenerado
Para ao sonho regressar!

Frassino Machado
In FRAGMENTOS DE VIDA

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