terça-feira, 2 de outubro de 2012

A PRINCESA DOS MILHÕES



Era uma vez uma princesa,
Lá pr´ ós lados do sol-nascente,
Herdeira de grande riqueza
Com a idade de adolescente.
É ‘stória como nunca vi:
A princesa de nome Gigi
Espanta agora toda agente.

Sonharam os progenitores,
Por um processo virtual,
Fazer-lhe um casório d´ amores
Que fosse sensacional.
Mas por sorte de malmequeres
A princesa adora mulheres
Num gesto de cariz fatal.

Em golpe de malabarismo
Para atrair os corações
Ofer´ ceram, sem romantismo,
Um cabaz de muitos milhões.
Os Dom Quixotes, em desmaio,
Voaram p´ ra lá como um raio
Jurando genuínas paixões.

Porém a Princesa, coitada,
Não sabe o que há-de fazer
Recorre à Tevê inflamada,
Para o mundo a conhecer:
- Meu bom pai, agora já sei,
Que apesar de ser mulher-gay
Me tens como filha encantada!

Se tal casório não der fé
Ficará mera promoção
De uma estória de canapé
Saltitando de mão em mão.
E com este império brejeiro
De toque subtil financeiro
Renasce uma nova ilusão.

Frassino Machado
In RODA VIVA


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