segunda-feira, 16 de julho de 2012

A FRANÇOIS VILLON



             Foto: François Villon (~1431-1463~)
             Pisanello (1395-1455)
             Fresco da Igreja de Santa Anastácia
             em Verona

A quantos vivos deixarei as rosas
colhidas pelos becos de Paris
em velhas aventuras amorosas?
Já fui quase enforcado por um triz.

Toadas tristes. No agitar dos ramos
dançavam cidadãos em carne e osso
danados de prelados e tiranos.
Assim os contemplava pesaroso.

Às coisas inda virgens consagradas
mostrei caminhos invoquei sentidos.
Palavras bibelots de tempos idos!

Rimei dois testamentos fiz baladas.
Cingi ao meu pescoço um laço lírico
mas só quando do mundo eu quis partir.


Abel da Cunha

Sem comentários: