quarta-feira, 22 de julho de 2015

NO REINO DE LEVIATÃ





























Sem distinção entre quantidade e qualidade,
Sem distinção entre o qu´ é bem e o qu´ é mal,
Sem distinção entre o qu´ é ficção e o qu´ é real,
Está desta maneira a imberbe Humanidade.

Sem diferença entre as trevas e a claridade,
Sem diferença entre o qu´ é correcto ou marginal,
Sem diferença entre o qu´ é livre ou radical,
Está nesta contingência a humana Identidade.

Sem ponderar entre haver ordem ou anarquia,
Sem ponderar entre o qu´ é lei e o qu´ é sorte,
Sem ponderar entre o qu´ é vida e o qu´ é morte,
Está nesta engrenagem a humana fantasia.

Onde está a razão dos princípios e valores
Que a inteligência humana de longe arquitectou,
E onde estão os direitos qu´ a alma consagrou
Na dimensão da Arte e dos dignos criadores?

No reino de Leviatã, dos abutres e chacais,
Que enredam e devoram sempre e sempre mais!


Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA


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