Elegia da praia do Meco
Ó
mar salgado, ó lágrimas sentidas
Tão
perto do sorriso e do prazer,
Mas
também para sempre a perverter
O
fluxo das marés recrudescidas.
Ó
mar zangado de incontidos traços
Que
cumpres de Neptuno a vingação
Diz-me
o porquê da tua obstinação
Em
levares tantas vidas nos teus braços.
Quantos
sonhos em ti a baloiçar
Quantas
âncoras frágeis destroçadas
E
negras telas com tintas de luar…
Mas
diz-me lá, ó mar em desencanto,
Quais
as razões que tens justificadas
Neste
traiçoeiro devorar de espanto?
Onde
escondes as vidas inocentes,
Nas
tuas marés vivas inesperadas
Ou
porque já não vives e não sentes?
Frassino
Machado
In
RODA-VIVA POESIA
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