No Cabo
Carvoeiro
Em frente via o grande mar salgado
e nas marés a força do destino;
a vara que trazia do caminho
não florescia mais naquele Cabo.
O mar não foi aberto nem fechado
ao estender o braço peregrino;
abandonado e sem sinal divino
pousei no chão inerte o meu cajado.
De pés e mãos cravado num rochedo
ou numa cruz de pedra enegrecida,
que barco levaria longe o medo ?
E as ondas agitadas, numerosas,
batendo na aventura ali perdida,
lançavam pelo ar espuma e rosas.
Abel da Cunha
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